Carnaval 1984
Acima da Coroa de um Rei, só um Deus

Data do desfile: 02/03/1984 - Sexta-Feira (Grupo 1B) e 10/03/1984 - Sábado (Supercampeonato).

Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Ordem de desfile: 7ª Agremiação a desfilar (Grupo 1B) e 1ª Agremiação a desfilar (Supercampeonato).

Colocação: 2ª Colocada do Grupo 1B com 197,0 pontos e 8ª Colocada no Supercampeonato com 101,0 pontos.

Presidente: José Lima Galvão

Carnavalesco: José Lima Galvão

Samba Enredo:

(versão estúdio)

Autores: Enoque, Netinho, Thiago e Henri
Intérprete: Enoque

Já é zero hora
Um novo dia se inicia
Ô laro Exu, axé! Para seus filhos de fé

Hoje o meu terreiro é na avenida
No asfalto vou armar o meu gongá
Com danças, feitiches e magias
Que o meu povo contagia
E lindos cantos aos orixás

Auê, auê, auê, no rufar dos atabaques
Firmar ponto que eu quero ver


Segura a pemba, a verde e branco é isso aí
Quem é de santo, devagar pra não cair
Que Ogum desceu, ele vem lá de Aruanda
Ele é senhor da guerra, saravá a sua banda

Xangô e Yansã
Na cangira de umbanda ele é Rei maior
O seu trono é na pedreira
Xangô nunca vai aló
Oxossi não é feiticeiro, é caçador
Na mata virgem no veloz ele atirou
Salve Oxalá, Deus supremo criador
Com sua luz nosso caminho iluminou

Yemanjá, Yemanjá
No meu jubileu de prata
Trago oferendas para a rainha do mar


Ko si oba kan ofi olorun

Sinopse de enredo

Uma breve explicação:

Uma escola de samba é muito mais que uma agremiação recreativa. É como um grande coração que só pulsa através do pulsar de centenas de outros corações. Aí, ela tem vida, tem alma, tem ritmo para despontar na Avenida, majestosa, como um ser vivo único, compacto, arrancando aplausos ou não, mas, acima de tudo, personalíssima, vivendo, naquele momento, uma emoção intensa e intransferível.

Mas isso tudo não acontece num simples passe de mágica. Para a criação e realização de um enredo são necessários meses de trabalho e entusiasmo entremeados de muitas dificuldades e divergências. “Colocar um carnaval na rua” é, acima de tudo, um ato de amor.

O enredo é o tema central do desfile. A Escola de samba, na passarela, considerada como um conjunto, interpretando e desenvolvendo o tema proposto, é o próprio enredo.

Justificativa:

Num tempo muito distante, recordamos a África das muitas lendas e mistérios e magia. África de um tempo onde a natureza era uma rainha... Tão majestosa e tão sublime que para ela “nasceram” muitos orixás: do trovão, dos rios, dos lagos, das matas, dos ventos, etc.

Dessa terra tão exuberante de crenças e magia, vieram os negros trazendo, dentro de si, todas as raízes dessa cultura, tão bruscamente violada.

Embora aqui vivendo com escravos, não podiam deixar de lado seus inatos princípios religiosos e a prática desses cultos. Por outro lado, eram obrigados a praticar a religião dos seus senhores.

Justamente por isso, e assim, foram nascendo, aos poucos, os cultos afro-brasileiros, onde, aparentemente, as rezas eram dirigidas aos santos católicos, mas invocando os orixás africanos. Eram tantos os santos católicos, quantas eram, logicamente, as identificações.

A série de cultos seja candomblé, nação, umbanda, ou qualquer outro nome e concepção que tenha assumido por esse Brasil a fora, tornou-se uma prática religiosa de milhões de pessoas, de todas as classes sociais, de todas as cores, credos políticos e até religiosos. Fre tem, em si, algo mágico que envolve e satisfaz as impossibilidades das pessoas.

Acima de todos os santos ou orixás, todos nós, no mais profundo de nossas concepções, temos uma indisfarçável inclinação para acreditar num ente supremo – um DEUS – qualquer que seja a sua natureza ou origem – que nos transmita uma proteção maior e nos guie nos caminhos do bem e da paz.

Enredo:

Na relação espiritual onde se admite a comunicação entre os Homens, as divindades e a natureza, buscamos a inspiração para o nosso carnaval.

“ACIMA DA COROA DE UM REI, SÓ UM DEUS” é o enredo que o G. R. E. S. Acadêmicos de santa Cruz apresenta para o carnaval de 1984. trata-se de um enredo de cunho religiosos, seguindo as tradições afro-brasileiras. Com o nosso canto e a nossa dança, apresentamos os orixás mais expressivos do panteão iorubá, cujos cultos sobreviveram, através de diferentes sincretismos, e chegaram até os nossos dias, particularmente, nas terras do Rio de Janeiro.

Cada dia de semana é consagrado a um orixá principal que “reina” em seus domínios, com a proteção de todos os orixás, arma o seu terreiro na Avenida, agradece e pede passagem a todos que iluminaram o seu caminho com as bênçãos do Deus maior.
Segunda-feira ---------- Exu e Omulu
Terça-feira -------------- Ogum
Quarta-feira ------------ Xangô e Iansã
Quinta-feira ------------ Oxossi
Sexta-feira -------------- Oxalá
Sábado -------------------- Iemanjá e Oxum
Domingo ----------------- Todos os orixás

NOTA: Esta ordem pode sofrer variações. Muitos orixás podem ser festejados, simultaneamente, num só dia, como também um determinado orixá pode ser cultuado num dia diferente da ordem acima, dependendo da concepção dos diferentes rituais.

EXU

“Ô LARO EXU, AXÉ! PARA SEUS FILHOS DE FÉ”

Segunda-feira quem “reina” é EXU. É uma poderosa entidade dotada de poderes maléficos especiais, embora lhe prestem culto como aos outros orixás. É considerado, alternadamente, como orixá ou como intermediário entre os orixás e os homens.

Antes mesmo de chegar ao Brasil, já havia sido assimilado ao demônio cristão através dos missionários europeus na África. A ele se faziam sacrifícios humanos em ocasiões especiais, traço que aqui restou na forma de matança de animais votivos. É conhecido pelos nomes de Elegbará, Elegbá, Bará, Aluvaia, Embarabô, Homem da rua, Homem das encruzilhadas, Jerá, Colobô, Mojubá, Marombá, Senhor Leba, Tibiriri, Tiriri e outros...

Exu é representado, em geral , por imagem de forma humana, com chifres, armado com as sete sepadas correspondentes aos sete caminhos de imensos domínios.

É uma entidade maliciosa, interesseira, embora não necessariamente maléfica, que reina em todas as encruzilhadas e lugares perigosos.

Exu é sempre colocado fora do terreiro, numa pequena casa sempre fechada, a fim de que não faça nenhum malefício. Pela mesma razão recebe, por intermédio do despacho, as primeiras honras e sacrifícios de qualquer celebração religiosa, sem o que ele poderia “atrapalhar tudo”. A ele são oferecidas farofa, azeite de dendê, cachaça, pipoca. São-lhe sacrificados o bode, o galo, o cão (raramente), preferentemente pretos.

Devido aos seus extraordinários conhecimentos, Exu é consultado nos atos de vida diária, diretamente pelos seus fiéis ou através de seus sacerdotes, para fins divinatórios.

OMULU

Considerado o orixá da varíola e das doenças em geral. Pode aparecer sob duas formas: como Omulu (velho) e como Obaluaiê (moço e forte); respectivamente assimilados a São Lázaro e São Roque, entre outros.

Segundo a lenda, era aleijado e andava com a ajuda de uma bengala. Ao ser expulso do convívio com os deuses, passou a habitar os caminhos desertos e as matas, sempre longe das povoações.

É visto como inseparável de Exu, sendo chamado “homem da bexiga” e “habitante das encruzilhadas” em razão de ser também orixá malfazejo e demoníaco. Esse caráter demoníaco, entretanto, vai desaparecendo.

Seu dia consagrado é a segunda-feira junto com Exu. A Omulu são oferecidos bode, galo, porco, pipocas, milho grelhado, acaçá, aberém, milho com azeite de dendê.

Nas antigas epidemias de varíola, o culto a Omulu atingiu proporções impressionantes. Ainda hoje é um dos orixás de mais prestígio nos diferentes terreiros do Brasil.

OGUM

“ELE É SENHOR DA GUERRA, SARAVÁ A SUA BANDA”

Divindade quase tão popular quanto Xangô, no Candomblé e na Umbanda. É o orixá das lutas, das guerras... Grande vencedor de demandas.

Como divindade de guerra, Ogum carrega consigo os seus apetrechos bélicos de ferro e ferramentas que lembram suas atividades de caça: espada, foice, enxada (alguns já no esquecimento). É protetor dos ferreiros, guerreiros e caçadores, e de todos que lidam com material de ferro.

Dizem as lendas que foi ele quem primeiro ensinou aos homens a arte da caça. Para se ter proteção, antes de qualquer expedição à guerra ou à caça, é indispensável os sacrifícios a Ogum.

Suas comidas sagradas são pipocas, feijoada, inhame assado, azeite. O bode, o galo e o carneiro são os animais oferecidos em sacrifícios. A ele também são oferecidos pássaros com o indispensável azeite de dendê.

Identifica-se com diversos santos católicos; com Santo Antônio e São Sebastião na Bahia e com São Jorge no Rio de Janeiro e outros estados.

Conta a história que São Jorge era filho de família nobre e tradicional na província da Capadócia, na Ásia Menor, subordinada ao Império Romano. Recrutado para os exércitos imperiais, galgou muitos pastos, tornando-se tribuno militar e comandante das Legiões Romanas do atual Oriente Médio, norte da África e do Egito.

Insubordinando-se contra a perseguição aos cristãos, abandonou o exército romano e passou a pregar a palavra de Cristo. Foi preso, condenado ao suplício, sofrendo torturas insuportáveis: queimado a ferros quentes w chumbo em fusão, açoitado com lâminas de ferro e chumbo.

Sendo Ogum o orixá das guerras, do aço e do ferro, é fácil entender a sua assimilação a São Jorge, ambos entidades do ferro e das lutas.

A identificação se operou de tal forma, que na crença popular Ogum é São Jorge e São Jorge é Ogum. Segundo os umbandistas, São Jorge é, foi e sempre será Ogum, o grande orixá guerreiro; o orixá que com sua flamejante espada, seu brilhante escudo e sua vitoriosa lança, está sempre lutando contra o mal que possa atingir aos seus filhos e devotos.

A insígnia de Ogum é uma espada com a qual dança fazendo mímicas guerreiras.
É festejado com muita devoção na terça-feira.

XANGÔ

“O SEU TRONO É NA PEDREIRA”

Deus dos raios e dos trovões. Um dos mais poderosos e influentes orixás.

No Brasil o seu culto é tão popular que o seu nome até tornou-se sinônimo de candomblé ou macumba lá no nordeste.

Muitas lendas sobrevivem sobre a sua história. Dizem que foi o quarto rei da dinastia ioruba e que teria reinado sobre vasto império. Possuía um grande exército e era assessorado por doze ministros (sacerdotes) que se encarregaram de manter vivo o seu culto, depois que passou a ser orixá.

Xangô é a divindade que zela pela justiça, recompensando quem mercê e punindo os que estão errados.

Seu fetiche é a pedra de raio e as insígnias são a lança e o oxé (machadinha dupla). Entre seus alimentos sagrados estão o galo, o carneiro, o cágado e um caruru especial.

Sincretiza-se com São Jerônimo, santo católico protetor contra tempestades.

Xangô vivia acompanhado das suas três mulheres – Oiã, Oxum e Obá – e dos seus seguidores Oxumaré (Oxumarê) e Ory.

Dizem as lendas que Oxumaré – divindade que representa o Arco-Íris – é uma grande cobra que mora na terra e, de tempos em tempos, bebe água para levar ao céu, até o ardente palácio nas nuvens, onde reside o seu senhor.

Oxumaré está identificado com São Bartolomeu.

Ory é o ronco de trovão, mensageiro barulhento que Xangô envia a terra, de vez em quando.
Quarta-feira é o grande dia de Xangô.

IANSÃ

Orixá feminino iorubano, dos ventos e tempestades. Segundo alguns autores, mulher de Xangõ, também conhecida por Oiã, tal como se chama na África.

Identificada pelos afro-brasileiros como Santa Bárbara, tornou-se defensora contra os raios e as tormentas. De temperamento forte, sensual e autoritário, é o único orixá capaz de enfrentar os eguns, espíritos mortos.

Come acarajé e abará. Sacrificam-lhe cobras e galinhas.

Quando Iansã dança, agita os braços como que afastando de si as almas.

A saudação de Iansã é “Epa hei!” e seu dia da semana é quarta-feira, também dia de Xangô, o deus do trovão.

OXÓSSI

“OXÓSSI NÃO É FEITICEIRO, É CAÇADOR”

Grande orixá da caça e dos caçadores. Na Nigéria é uma divindade secundária dos caçadores, mas no Brasil adquiriu um prestígio gradual.

Oxóssi habita as florestas dominadas por grandes variedades de animais e, nos mistérios e segredos das matas, protege os caçadores contra o ataque das feras.

É representado sob forma humana, armado com arco e flecha. Traz, por vezes, bichos de penas, pendurados no cinto. Veste-se ricamente com manto nos ombros e pode aparecer usando um chapéu de couro, feltro ou veludo.

Está identificado na Bahia e em Recife como São Jorge e no Rio de Janeiro como São Sebastião.
Os animais sagrados de Oxossi são o galo, o carneiro ou o porco, o bode. Seu alimento é o axoxô.

Seu fetiche é um arco com flecha.

A dança de Oxossi é a mímica de uma caçada, com o se o orixá estivesse pronto para atirar na caça.
Oxóssi é festejado na quinta-feira.

OXALÁ

“SALVE OXALÁ, DEUS SUPREMO CRIADOR”

Se é sexta-feira, o sol acorda mais cedo no infinito, deixando o céu ainda mais bonito para Oxalá passar...

É o Oxalá da criação, divindade suprema da cultura iorubá, identificado com o Deus pai e Deus filho cristão.

Dizem os mitos que Obatalá foi criado por Olorum – mestre do céu e senhor do infinito. Depois, Olorum foi sendo esquecido e se perdendo nos mistérios do infinito, deixando em seu lugar Obatalá (ou Orixalá), também chamado Oxalá, no Brasil.

Obatalá (Oxalá significa “o rei da brancura e da pureza” ou ainda o “rei que é grande”.
É representado por meio de conchas ou cawries e limo verde dentro de um círculo de chumbo. Este fetiche simbolizaria a riqueza e a fecundidade.

Seus enfeites são todos brancos: colares, vestes, etc. Gosta de comida branca como aiaçá, ebó de milho branco, inhame. A ele, sacrificam-se o pombo e a cabra, também brancos.

Do panteão dos Orixás iorubas, muita coisa foi sendo esquecida pelos negros no Brasil.

As divindades que aqui são cultuadas tem poderes, prestígio, e, cada uma delas “reina” especialmente num dia da semana, mas Oxalá, como Deus supremo e Criador, está acima desses outros orixás.

IEMANJÁ

“TRAGO OFERENDAS PARA A RAINHA DO MAR”

É a mãe d’água de origem ioruba. Na África, é a deusa do rio Ogum, mas aqui seu culto hidrolátrico se estendeu.

Aculturada com as iaras ameríndias e com as sereias européias que lhe estenderam os domínios até o mar e lhe emprestaram os longos cabelos, a cauda pisciforme, os cantos irresistíveis, etc.

Já não se trata da deusa africana nagô, mas de outra divindade das águas brasileiras, fruto do sincretismo de diferentes correntes culturais.

Iemanjá é a água... Iemanjá é o próprio mar divinizado, que protege e defende tanto quanto apaixona e castiga.

Quando dança, faz com os braços movimentos interpretativos das águas. Ela pode ser a Sereia do mar, a Rainha do mar, Princesa do mar, Dona Janaína, Don Maria, Inaê, etc...

Sempre reinando sobre os mistérios das águas do mar.

Seu fetiche é uma pedra marinha, embora os ídolos e os símbolos sejam diversos. É simbolizada modernamente por conchas marinhas. Cultuada aos sábados, juntamente com Oxum, outra entidade das águas, por vezes com ela confundida.

Sincretizada com a Virgem Maria, ela pode ser Nossa Senhora da Glória, da Conceição, do Rosário, do Carmo, da Piedade, das Candeias, etc.

As insígnias de Iemanjá são a espada e o abebé (leque circular) branco. Seus adornos são pulseiras de alumínio e contas de cristal.

Enquanto na África não lhe rendem cultos em público, é exatamente o culto externo, feito no mar e nas lagoas, que caracteriza sua devoção no Brasil.

Iemanjá é homenageada com muitas festas públicas, em diferentes datas. No Rio de Janeiro, sua grande festa se realiza no dia 31 de dezembro. É um grande acontecimento para o qual acorrem pessoas de todas as classes e credos.

Os devotos organizam cerimônias na orla marítima, com cantos, danças e oferendas que são atiradas nas águas, ou depositadas em pequenas embarcações, ou levadas em saveiros, barcos e canoa até quase alto mar onde Iemanjá espera esplendorosa. Esses presentes, em geral são pentes, caixas de pó-de-arroz, espelhos, vidros de perfume, laços de fitas, sabonetes e, especialmente flores. Se o presente afundar ou for devolvido à praia, não será sido aceito.

Seu culto é o maior e mais espetacular de quantos existam na tradição afro-brasileira.

OXUM

Deusa das fontes e cursos d’água. Conta a lenda que Oxum é filha de Iemanjá, um dos quinze orixás iorubas saídos do ventre violado.

Oxum é uma das esposas de Xangõ, juntamente com Oiá e Obá. Por vezes, é confundida com Iemanjá, ambas conhecidas na Bahia como Oxum-Apará e Oloxum.

Está identificada, no Brasil, com diversas santas católicas: Nossa Senhora da Conceição, das Candeias, da Aparecida, do Rosário, do Carmo, etc.

Seu fetiche é uma pedra marinha ou seixos de rio.

Os símbolos de Oxum são o leque e as pulseiras de latão.

Sendo uma entidade das águas, o assento fica quase sempre perto de uma fonte.

Oxum dança com o abebé (leque circular na mão, fazendo mímicas de quem se banha no rio, penteia os cabelos, alisa a face, põe colares e olha-se no espelho, sacudindo os braceletes que lhe enfeitam os braços.

José Lima Galvão, autor do enredo.



Ficha Técnica
Componentes: 2500
Alegorias: 17
Presidente: José Lima Galvão
Vice-Presidente: Ivan de Matos
Carnavalesco: José Lima Galvão
Figurinista: Gil Ricon
Autor(es) do enredo: José Lima Galvão
Pesquisadora e Redatora: Maridyr Affonso
Autores do samba: Enoque, Netinho, Thiago e Henri
Intérprete: Enoque
Diretor de Bateria: Mestre Áureo

Carnaval 1984