Carnaval 1989
Stanislaw, uma História sem Final

Data do desfile: 04/02/1989 - Sábado.

Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Ordem de desfile: 5ª Agremiação a desfilar.

Colocação: 1ª Colocada do Grupo 2 com 215,0 pontos.

Presidente: José Colagrossi Neto (Juca Colagrossi)

Carnavalesco: José Felix.

Samba Enredo:

(versão estúdio)


(versão ao vivo)

Autores: Nei, Daguinho, Edinho e Cuca
Intérprete: Marcos Moran

Exaltando a passarela
A Santa Cruz vem homenagear

Sérgio Porto
E suas obras imortais vamos cantar
É a saudade que ficou em seu lugar


Nasceu em Copacabana
Conheceu lindas mulheres
Todas elas conquistou
E nas muitas noites de orgia
Foi gozador e fez da vida poesia

Tia Zulmira
Stanislaw sempre exaltou
E fez do crioulo doido
Uma obra de valor


Senhor ministro vou lhe diplomar
Vais receber o "Febeapá"
Você falou, eu vou morrer de rir
Quem deve ao Brasil é o FMI

Quem não tem quiabo
Não oferece caruru
Disse assim o jornalista
No meio do sururu


É alegria, é simpatia, é carnaval
O poeta hoje conta uma história sem final


Sinopse de enredo

Desenvolvimento:

Homenagem ao jornalista Sérgio Porto

Sérgio Porto nasceu em Copacabana e viveu intensamente toda a agitação do bairro na sua época áurea. Nos anos 50 e 60 a fama do bairro atravessava fronteiras e suas praias, bares, bondes, mulheres e sua vibrante vida noturna, tão cantada em versos e prosas, foram o palco de sua vida. Boêmio famoso, capaz de ir a quatro, cinco lugares, percorrendo todo o bairro numa mesma noite, era na boite Sacha’s que encontrava seus amigos e a sociedade carioca.

“Em sociedade tudo se sabe...”

*  *  *

Profundo conhecedor da música, principalmente do jazz e da música popular brasileira (MPB), e grande observador da vida, Sérgio Porto trabalhou em rádio (Mayrink Veiga – Levertimentos, Miss Campeonato, De Boca pra fora); jornal (Diário Carioca criou o Stanislaw – e Última Hora – Certinhas do lalau, Fofocalizando e Preta Press); revista ( O Cruzeiro – As Mais Bem Despidas, Manchete e Fatos e Fotos); televisão (TV Rio, TV Excelsior, TV Globo, TV Record); cinema (As Cariocas); teatro ( TV pra crer, Quem comeu foi pai Adão, Pussy Pussy cats..., de Brecht à Stanislaw) e show (mesa de botequim, Stanislaw de Chico a Chico, Festival de Besteiras e Máquina de fazer doido). Criou o Stanislaw e toda a família Ponte Preta: tia Zulmira – “a veneranda macróbia, A ermitã da boca do mato”, foi a mais famosa; primo Altamirando – o Mirinho era um tremendo mau-caráter; Rosamundo – este nasceu no Encantado e era adistração em pessoa, Bonifácio, O Patriota – levantava cantando o Hino da Pátria e dormia em berço esplêndido; e o Doutor Data-Vênia, o burocrata.

Para ironizar os políticos e outras personalidades, Stanislaw Ponte Preta criou o FEBEAPÁ; Festival de Besteiras que Assola o país. Crítico feroz do autoritarismo, numa época que a censura silenciava os opositores, Sérgio Porto usava humor pra trazer a público as besteiras que nossas “otoridades” falavam e faziam. Embora hoje exista uma total liberdade de expressão, mais do que nunca a presença de Lalau seria fundamental, pela sua visão crítica aliada ao bom humor que, somados, traduzem o genuíno espírito carioca.

*  *  *

Mas, acima de tudo, Stanislaw era um profundo admirador da beleza da mulher. Paquerador de sucesso e entendedor de mulheres era conhecido como “Mulherólogo Lalau”. Gostava de mulher bonita e através dos jornais prestava sua homenagem àquelas que povoavam os sonhos inconfessáveis dos seus leitores, escolhendo periodicamente “As Certinhas do lalau”, cujo as fotos eram disputadas nas bancas de jornais.

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O momento mais alto da obra de Sérgio Porto foi, sem dúvida, o “Samba do Crioulo Doido”. Nele o autor fazia uma brincadeira com os compositores das Escolas de Samba, que todos os anos são obrigados a pesquisar a História do Brasil, para transformá-la em Sambas enredo. Dizia, que num certo ano, uma escola escolheu como enredo a “Atual Conjuntura”; pobre compositor, confuso e sem saber no que falar, endoidou e acabou misturando toda a História do nosso Brasil ...

1º carro – “Abre-Alas”

Os Acadêmicos de Santa Cruz traz no abre-alas o símbolo da agremiação, o Touro, combinado com algumas características do enredo “Stanislaw, uma história sem final”... Neste carro teremos a figura em escultura de Sérgio porto, vestido de toureiro, Sivuca Malta vestida de “espanhola”, Sueli representando a “Miss Campeonato” além da traseira do carro decorado conforme o desenho do calçadão de Copacabana, bairro onde Sérgio Porto nasceu e morou toda vida.

2º carro – “Personagens”

O segundo carro do nosso enredo representa o jornalismo, profissão e vocação maior do nosso homenageado. Nele vem uma reprodução da verdadeira máquina de escrever que Sérgio porto usou, tendo em volta os principais personagens em escultura criados nestas teclas: “Tia Zulmira”, “a veneranda”; “Rosamundo”; o distraído; “Altamirando”, o cínico, e “Bonifácio”, o patriota, tudo isso rodeado por reproduções de peças de pergaminho contendo algumas das mais conhecidas frases do nosso poeta/jornalista. Como destaques: Maridalva Siqueira representando “Anos dourados”, Neuza como “a bailarina” e Margareth representando o “café-soçaite”.

3º carro – “FEBEAPÁ”

Febeapá significa: Festival de besteiras que assola o país, título de dois livros de sucesso do nosso homenageado. Já naquela época o inesquecível Stanislaw criticava ferozmente, mas sempre com bom humor, as besteiras que nossas “otoridades” dizem e fazem. Esculturas de burro ironizam os políticos, e na parte traseira uma enorme reprodução do famoso diploma que Stanislaw condecorava os figurões da época. Como destaques: Gavião e Maria Creuza, representando “A Redentora”; Simone, representando “a feiticeira do Febeapá” e Sérgio Velloso representando “otoridade”.

4º carro – “Boite Sacha’s”

Neste carnaval a santa Cruz traz de volta a casa noturana mais importante da noite carioca dos anos 60. A Boite Sacha’s era ponto de parada obrigatória da sociedade, e local que Sérgio Porto chamava de sua segunda casa.

Neste carro que é reprodução fiel da famosa boite, inclusive com cerca de mil e duzentas lâmpadas, virão os amigos de Sérgio porto em clima de boêmia. Como destaques: Cecília Vianna representando “A Noite”; Zilda Pereira representando “Apoteose Noturna” e Jouse Fair representando o “Rei da Noite”.

5º carro – “As Certinhas do Lalau”

Stanislaw adorava as mulheres e durante a sua vida homenageou a beleza da mulher carioca. Em sua coluna diária escolhia as mais lindas, chamando de “Certinhas do Lalau”. Neste carro quatro esculturas de mulheres representam a beleza feminina que Stanislaw tanto admirava. Como destaques: Luiza, Sandra, Jacira, Lucia Campos, Cininha, Valéria, Júlia e Carla representam “certinhas do Lalau” dos nossos dias.

6º carro – “Samba do Crioulo doido”

O sexto carro da nossa agremiação representa este sucesso inesquecível de Sérgio Porto: “O Samba do Crioulo Doido”. Nesta canção o poeta homenageou com bom humor os compositores de escolas de Samba que todo o ano são obrigados a pesquisar detalhes da história do Brasil para compor suas obras. Como destaques: Alves, representando “Tiradentes”; Irene Batista, representando “Chica da Silva”; Antônio Cardoso, representando “Dom Pedro” e Helinho representando “J.K.”.

7º carro – “O Paraíso do Lalau”

Os Acadêmicos de Santa Cruz encerra o seu desfile mostrando o nosso “Lalau” observando lá de cima o nosso Rio de Janeiro, representado na escultura da mulata na forma do pão de Açúcar, símbolo da nossa cidade. Como destaques: Jaciara, representando “Copacabana”; Marcos Vinícius, representando “Colóquio Marinho”, Lucília, “Praia e Sol”; Elizabeth, “Copacabana Boêmia” e Guinha, “Copacabana Noturna”.

  José Félix, autor do enredo.

Roteiro de desfile
Roteiro:

Comissão de frente: Mulher brasileira

Abre-alas – Destaques

Sivuca Malta – Fantasia: Espanhola
Sueli – Fantasia: Miss Campeonato
Edna – Fantasia: O Show

I parte – Copacabana

Praia, sol e pipas – Ala Juca e Nicolau
Copacabana – Ala do Aranha
Boêmios – Ala da Simpatia
Jornalistas – Ala dos artistas
Malandrinhos – Ala da Sueli-Cabuçu

II parte – A obra – Os personagens

1ª alegoria – A imprensa

Bailarina – Neusa – Destaque fem.
Anos dourados – Maridalva Siqueira – destaque fem.
Noite – Cecília S. Viana – Destaque fem.

Músicos de Jazz – Ala só falta você
MPB – Ala da Cecília
Altamirando – Ala Sente o peso
Rosamundo – Ala Rosamundo

1º Mestre-sala – Jorge Bossa Nova
1ª Porta bandeira – Glaucia

Rainha de Bateria – Vera Benévolo

Personagens de Stanislaw – Bateria

III Parte – FEBEAPÁ

2ª alegoria – FEBEAPÁ

A redentora – Destaque fem.
A redentora – Paulo César – Destaque masc.
Feiticeira do febeapá – Maria Lúcia – Destaque Fem.
“Otoridade” – Destaque Masc.

Tias Zulmiras – Alas das baianas

Besteiras – Ala da Ingá
Anos “60” – Ala avenida
“Otoridade” – Luiz Carlos – Destaque masc.
“Otoridades” – Ala metido a besta
A redentora – Ala da Ana Luiza e Elenice
Marajás e propinas – Ala do Celso

IV Parte – “As Certinhas do Lalau”

3ª alegoria – Boite Sacha’s

Apoteose noturna – Zilda Pereira – Destaque fem.
Café Soçaite – Margareth – destaque fem.
Rei da noite – Jhouse fair – Destaque masc.

Show noturno – Grupo Kizumba
Mulheres em exaltação – Grupo xodó
Bailarinas – ala das panteras
Grupo show – as dez amigas/Lidia
Grupo show – Ala Nicolau Darze
Teatro de revistas – Ala samba-show

2º mestre-sala – Jorginho
2ª porta bandeira – Natalinha

Copacabana infantil – ala das crianças

4ª alegoria – As Certinhas do lalau

A certinha do Lalau – destaque fem.
A fototeca do Lalau – destaque fem.

V Parte: “Samba do Crioulo doido”

Índios – Ala Carlinhos e Celso
Escravos – Ala do Gavião
Damas da Noite – Ala Nicolau Darze
Tiradentes – Ala da Neusa

5ª alegoria: Samba do Crioulo doido

Tiradentes – Alves – Destaque Masc.
Xica da Silva – Irene batista – Destaque fem.
D. Pedro – Antônio Cardoso – Destaque masc.
J.K. – Helinho – Destaque masc.

Pajens da Xica da Silva – Ala Jorge Bigode
D. Pedro’s – Ala da boêmia
JK’s – Ala Inocentes
Crioulos doidos – Ala do Artur

6ª alegoria: Paraíso do Lalau

Copacabana – Jaciara Amaral – Destaque Fem.
Praia e Sol – Lucília – Destaque fem.
Copacabana Boêmia – Graça – destaque fem.
Colóquio Marinho – Marcus Vinicius – Destaque masc.
Copacabana Noturna – Guinha – Destaque fem.

Ficha Técnica
Alegorias: 2500
Alas: 28
Alegorias: 7
Presidente: Juca Colagrossi
Vice-Presidente: Carlos Alberto Ferreira
Assessor da Presidência: Nicolau Darze
Relações Públicas: Renato
Carnavalesco: José Félix
Figurinista: José Félix
Autor(es) do enredo: José Félix
Autores do samba: Nei, Daguinho, Edinho e Cuca
Intérprete: Marcos Moran
Coordenador de Carnaval: Kiro
Coordenador de Alas: Arildes da Silva
Coordenador da Comissão: Roberto Costa e Jussara Pádua
Coordenador da Ala das Crianças: José Carlos
Coordenador de Pesquisa: Marco Saboya
Diretor de Harmonia:  Marco Antônio Santos (Marquinho)
Diretores:  Edgard, Arildes, Artur, Dantas, Emília, Aranha, Ildefonso Pimenta
Diretor de Bateria: Mestre Áureo
Diretor de Tamborins: Assis
Rainha de Bateria: Vera Benévolo
Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Nome do Mestre-Sala: Jorge Bossa Nova
Nome da Porta-Bandeira: Glaucia
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Nome do Mestre-Sala: Jorginho
Nome da Porta-Bandeira: Natalinha

Fotos do Desfile

Vídeo do Desfile