Carnaval 1994
Data do desfile: 11/02/1994 - Sexta-Feira. Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Ordem de desfile: 5ª Agremiação a desfilar. Colocação: 7ª Colocada do Grupo A com 305,0 pontos. Presidente: Edgar Raimundo de Freitas. Carnavalesco: Albeci Pereira.

Objetivo:
Descrever a importância exercida na Rota dos Mercadores na evolução através dos tempos.
Introdução:
Devido à importância da relação de troca no processo de desenvolvimento do Homem, o principal objetivo deste enredo é apresentar por uma perspectiva histórica, as etapas determinantes que a Rota dos Mercadores contribuiu e contribuem de alguma forma no seu desenvolvimento. Procurou-se na medida do possível apresentar a Rota dos Mercadores em ordem cronológica. Entretanto podem ocorrer situações em que esta ordem fique sobreposta, mas este fato não prejudica a visualização e desenvolvimento do enredo, uma vez que, mais importante é o conteúdo.
Desenvolvimento:
Desde os primórdios da civilização, o Homem tem andado pelo mundo a procura de encontra em outros lugares artigos para suprir as suas mais diversas necessidades.
Em razão disto toma contato com outras culturas permitindo com isso a sua evolução.
Nesta procura ele encontra civilizações que tiveram grande importância para o seu desenvolvimento. Sendo como povos mercadores ou como produtores de mercadorias para troca.
A princípio o processo de troca era feito de tal forma que não havia nenhum bem intermediário como meio de pagamento e as trocas se realizavam numa permuta de mercadoria por mercadoria. Como isso dificultava imensamente as transações, principalmente devido a dificuldade de equivalência dos bens trocados, passou-se a desdobrar a troca pura e simples num trinômio de mercadoria – moeda – mercadoria.
Como as necessidades de produtos não são supridas em único lugar, sai o Homem, mercador, procurando de Mercado em Mercado pela Terra, Mercadoria.
Nesta procura, tomando como de partida a Fenícia, que entre o século XII a.C e fim do século VII a.C, em decorrência da situação geográfica e das caravanas que chegavam a seus portos, acumulava uma grande quantidade de produtos a serem comercializados, o Homem vai encontrar neste povo, uma extraordinária habilidade para as técnicas artesanais onde desenvolveram a elaboração de tinturas (púrpura) através de molusco e a confecção de artigos de luxo como perfumes, jóias, objetos de vidro e móveis.
Comercializavam não só por conta própria, como também a serviço de outros povos, e é este povo que aventurando-se por todo Mediterrâneo aperfeiçoa as técnicas de navegação, estabelece um sistema de comércio internacional e difunde o alfabeto (com 22 símbolos), simplificando a escrita até então já existente.
Continuando a sua busca ele chega a Pérsia onde encontra toda uma vasta produção artística, seja na arquitetura, nos baixos e altos-relevos; na estatuária, na tecelagem, onde encontramos os tapetes e joalheria.
Toda esta produção artística persa é fruto da fusão das suas próprias concepções estéticas com as dos povos com que eles entrarem em contato.
Das diversas partes do continente africano o Homem encontra cereais, açúcar, marfim, produtos exóticos e raros, tintura, ouro e escravos.
Na enigmática Índia ele busca os artigos de luxo, tecidos orientais, objetos de marfim, jóias e as famosas especiarias: cravo, pimenta, canela, noz-moscada, etc.
Tecidos finos, seda, porcelana e lapidação de pedras semipreciosas eram encontradas na lendária China. A comercialização da seda foi tão importante que a rota utilizada pelos Mercadores era conhecida como a Rota da Seda, que era protegida ao seu longo, contra as incursões nômades, garantindo com isso o contato com a Ásia Central e daí com o Oriente.
No século XIII quando teve o grande desenvolvimento das cidades, Veneza cria um grande império comercial explorando o Mediterrâneo.
Em decorrência disto consegue o monopólio da produção de espelhos, utilizando na produção técnica vinda do Oriente.
Deste modo esta cidade torna-se grande centro de Mercado.
Com a descoberta do novo continente, as Américas, que é fruto da necessidade de superar as crises que atingiram o século XIV e início do século XV, o Homem chega em busca dos metais nobres e tinturas, e trazem consigo a cana de açúcar e o fumo para nova terra.
Com o passar dos tempos, o mercado, lugar físico onde eram realizadas as trocas, vai perdendo sua importância econômica. Entretanto continua desempenhando papel fundamental no processo de troca direta do Homem com o Homem.
Em razão disto vamos encontra pelo mundo lugares pitorescos, onde permanece até hoje o romantismo dos antigos mercados. O contato vendedor comprador, como o mercado das Pulgas, em Paris, o mercado de Marrakech, no Marrocos, e, no Brasil vários mercados se destacaram entre eles citamos o da Praça XV, no Rio de Janeiro, Mercado Modelo em Salvador e Ver o Peso, em Belém do Pará.
Não podemos esquecer que as feiras livres existentes no Brasil, são também exemplos de mercado.
O tempo aliado à evolução, muda a característica com relação a procura de mercadorias, as especiarias e porcelanas vão dar lugar aos produtos eletroeletrônicos e carros. Mas não muda a busca do homem pelo Mercado, causando com isso um deslocamento no eixo comercial.
O passar dos anos e o crescimento das cidades vai fazendo que o espaço destinado aos mercados fique reduzido, isto obriga que os grandes mercados se desfaçam e os mercadores passam a ocupar lojas espalhadas pelas grandes cidades.
O Homem moderno na sua constante batalha contra o tempo recria na figura dos SHOPPINGS CENTER, onde em um único espaço consegue encontrar o que necessita.
É o eterno mercador em busca de uma nova rota para negociar a Mercadoria.
Albeci Pereira, autor do enredo.