Carnaval 2002
Papel - Das Origens à Folia - História, Arte e Magia

Data do desfile: 09/02/2002 - Sábado.

Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Ordem de desfile: 11ª Agremiação a desfilar.

Colocação: 1ª Colocada do Grupo A com 199,4 pontos.

Presidente: Moysés Antônio Coutinho Filho (Zezo)

Carnavalesco: Fernando Alvarez.

Samba-Enredo:

(versão estúdio)


(versão ao vivo)

Compositores: Doutor, Jorge Charuto, Eli Penteado, Fernando de Lima e Pepê
Intérprete: Luizinho Andanças

Folheando a história
Do papel me apaixonei
Das origens a folia, com sua arte e magia
Delirei...
Lá pras bandas do Egito
O papiro então surgiu
No Oriente e no Ocidente
Este sonho seduziu

No papel se fez canções de amor
Deu ao homem seu real valor
Gerou a riqueza, a arte encantou
Brindou com a sorte o sonhador


Nas asas da imaginação, recriei
Do papel eu fiz brinquedos
Revelei tantos segredos que amei
Vem plantar
Fazer o nosso amanhã florir
E reciclar a consciência
O futuro vai sorrir
Minha escola é a luz que nos conduz
Um novo mundo descobri!

Joga confete e serpentina, vem brincar
Uma folia em cada esquina, vem sambar
A Santa Cruz canta, levanta o astral
Faz seu papel no Carnaval


Sinopse do enredo

Justificativa do Enredo:

O G.R.E.S. Acadêmicos de Santa Cruz, reafirmando as suas características de Escola preocupada e empenhada em divulgar cultura, personalidades e acontecimentos registrados na História da Humanidade, vem, através de seu enredo, apresentar uma das mais importantes invenções do homem - O Papel.

Cruzando mares e atravessando o tempo, o papel nunca deixou de acompanhar o homem e ser por ele utilizado. Desde as suas origens tem sido de importância fundamental no desenvolvimento cultural e industrial da Humanidade.

A invenção do papel, segundo alguns historiadores, só é comparável à invenção da roda.

ORIENTE E OCIDENTE NO SURGIMENTO DO PAPEL

Em 105 d.C., a China foi a pioneira na fabricação do papel feito com fibras vegetais e trapos de seda, originando uma das maiores revoluções tecnológicos da História da Humanidade.

Essa mistura de vegetais e trapos era triturada e cozida, sendo depois colocada para secar estendida em tramas de bambu. Processo esse que serve de base para a fabricação do papel até os dias de hoje.

Entretanto, esta arte se difundiu com lentidão, pois os chineses mantiveram Por muito tempo o segredo desta técnica dentro de suas fronteiras.

Apesar do cuidado, cerca de 600 anos depois de sua invenção, o segredo da fabricação do papel foi revelado ao Japão.

Mais ou menos na mesma época., os árabes aprisionaram alguns chineses, trocando a liberdade deles pela revelação do processo de obtenção do papel. Assim, rompeu-se o monopólio chinês e inicio a produção de papel em Bagdá (795 d.C.,). A indústria floresceu na cidade até o século XV, sendo inclusive exportado ao Ocidente.

Logo a fabricação papeleira estendeu-se até a Europa, chegando à Espanha, onde foi instalada a primeira fábrica, que passou a produzir papel em maior escala.

No século XVI, os holandeses inventaram uma máquina, conhecida como “Holandesa”, que permitia desintegrar tropas, transformando-os em fibras e, facilitando assim, a produção do papel. Esta é a idéia básica das máquinas atuais.

Portugal também já produzia o papel, visto que a Carta de Pero Vaz de Caminha foi escrita em 1500.

No Brasil, a primeira fábrica surgiu em 1810, com a chegada da família real portuguesa.

HISTÓRICO DO ENREDO - AS ORIGENS DO PAPEL

Antecedentes:

Antes da invenção do papel, o homem se utiliza de diversos materiais para se expressar através de desenhos e da escrita.

Os esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de faca; os chineses escreviam em conchas e em cascos de tartaruga.

A matéria-prima mais famosa e próxima do papel, utilizada como base para a escrita, foi o papiro.

Por volta de 3000 ª C., às margens do Rio Nilo no Egito, o homem começou a utilizar uma planta chamada “papiro” como suporte para a sua comunicação.

Os egípcios extraíam finas lascas do talo do papiro, esmagavam–nas, entrelaçavam-nas e, após constituída a trama, banhavam–na com um óleo para torná-la mais resistente. Essa fabricação foi uma das mais típicas atividades dos antigos egípcios.

Os papiros primavam pela consistência admirável e resistiram ao tempo. Milhares de documentos egípcios chegaram até os nossos dias.

O papiro pode ser considerado a forma mais rudimentar do papel.

O PAPEL DA CULTURA

O fato que deu grande impulso à fabrica do papel foi, sem dúvida, a invenção da imprensa, que gerou um grande ressurgimento intelectual, incentivando às letras e às artes.

As publicações literárias e informativas tornaram–se mais acessíveis. O conhecimento científico e cultural expandiu–se pelo mundo através do veículo chamado papel.

O papel passou a ser parte integrante da vida do homem, identificando-o e cercando–o durante o seu crescimento.

Ao nascer, o homem recebe uma certidão para atesta-lhe a existência. Durante todo o seu percurso pela face da Terra, imprescindíveis papéis são anexados à vida humana: Carteira de Vacinação, Cadernos, Livros, Boletim escolar, Carteira de Identidade, Título de Eleitor, Carteira de Trabalho e muito outros.

Ainda que inúmeros meios de comunicação tenham sido criado, o homem continua mantendo contado com seus semelhantes por meio de cartas, telegramas, postais e cartões.

Muito cedo aprende–se a dar valor a um papel especial e raro: o perseguido papel-moeda. Cobiçado e venerado, em torno dele o mundo gira.

Dobrando e desdobrando faz surgir barquinhos, chapéus e toda a espécie de animais.

Colando papéis coloridos, o homem faz voar seus sonhos. E, se entregando a esses sonhos, busca a sorte nos bichos e nas cartas de baralho.

Maravilhado, descobre que o papel é uma grande caixa de surpresas.

DOS MOINHOS DE PAPEL À RECICLAGEM

Até o fim do século XVIII, a fabricação do papel era totalmente artesanal . os moinhos eram oficinas primitivas e as folhas de papel eram feitas uma a uma, em quantidade bastante reduzidas.

Por volta de 1850, os países produtores passaram a utilizar matéria-prima extraída das árvores.

A técnica barateou o custo de fabricação. No entanto, a poluição do ar resultante desse processo e a derrubada desenfreada das árvores forçou a decretação de leis ambientais, visando o controle do desmatamento e o reflorestamento obrigatório.

A indústria papeleira do Brasil, consciente das suas responsabilidades perante às gerações futuras, executa e incentiva inúmeros projetos de reciclagem, no intuito de preservar as florestas e o meio-ambiente.

Hoje, além da celulose, utiliza–se a cana-de-açúcar, o algodão, o linho e outros vegetais na fabricação do papel.

Para cada tonelada de papel reciclado poupa-se cerca de 20 árvores e muita energia.

O PAPEL DO CARNAVAL

Presente em todos os momentos, nas mais diferentes situações, o papel não poderia deixar de participar da folia do Carnaval.

Quando os salões da cidade se enchem de foliões, confetes e serpentinas dão colorido à animação.

Nos antigos carnavais, nas batalhas de rua ou à beira-mar, passeavam diabinhos, morcegos, pretos-velhos e caveiras, exibindo assustadoras de papel machê. Aliás, estas últimas podendo representar o derradeiro papel recebido pelo homem: a Certidão de Óbito.

Embora o homem tenha alcançado enormes índices de desenvolvimento tecnológico e cultural, ainda não conseguiu um substituto que desempenhe tantos papéis, quanto o papel.

Resistindo ao tempo, o papel provavelmente se tornará imortal.

Rosele Nicolau Jorge Coutinho, autora do enredo.

Ficha Técnica
Componentes: 2500
Alas: 22
Alegorias: 5
Presidente: Moysés Antônio Coutinho Filho (Zezo)
Carnavalesco: Fernando Alvarez
Autor(es) do enredo: Rosele Nicolau Jorge Coutinho
Autores do samba: Doutor, Jorge Charuto, Eli Penteado, Fernando de Lima e Pepê
Intérprete: Luizinho Andanças
Diretor de Carnaval: Mário José Campos
Diretor de Harmonia: Paulo Rejane e Waldemir de Paula (Mica)
Mestre de Bateria: Mestre Marquinhos
Diretores de Bateria: Tião (Tiel) e Daniel
Diretores de Tamborins: Fabiano e Paulo
Rainha de Bateria: Renata Santos
Mestre-Sala e Porta-Bandeira:
1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Nome do Mestre-Sala: Eduardo Belo
Nome da Porta-Bandeira: Cínthia Ribeiro
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Nome do Mestre-Sala: José Mauro
Nome da Porta-Bandeira: Sheila

Fotos do Desfile

Vídeo do Desfile