Carnaval 2005
Data do desfile: 05/02/2008 - Sábado. Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Ordem de desfile: 4ª Agremiação a desfilar. Colocação: 4ª Colocada do Grupo A com 178,3 pontos. Presidente: Moysés Antônio Coutinho Filho (Zezo) Carnavalesco: Comissão de Carnaval.

Justificativa do Enredo:
Saber mais sobre os aspectos históricos do Rio de Janeiro, seus acontecimentos marcantes, seu desenvolvimento e sua cultura, é entrar pela porta da frente de uma cidade que pode ser considerada a sala de visitas do Brasil.
Empenhado em transformar seus carnavais em verdadeiros projetos culturais, o GRES Acadêmicos de Santa Cruz, através do enredo "Rio – Conquistas e Glórias de uma cidade de histórias", faz da Avenida Marquês de Sapucaí o seu palco de manifestações históricas e artísticas, para revelar fatos e grandes administrações que fizeram do Rio de Janeiro uma cidade próspera, mundialmente conhecida, atraente e culturalmente diversificada.
A FUNDAÇÃO DA CIDADE
Logo após o Descobrimento do Brasil, várias expedições de reconhecimento e exploração partiram de Portugal com destino à costa brasileira.
A primeira dessas expedições, a armada de Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, passou pelo Rio de Janeiro em 1º de janeiro de 1502, atribuindo o atual nome à região.
Nos anos posteriores, além dos portugueses, a beleza do local atraiu a cobiça de outros navegantes aventureiros.
Atravessando mares, os franceses comandados por Nicolau Durand de Villegagon pretendiam fundar no Rio de Janeiro a França Antártica.
Tornaram-se os donos da terra até que Mem de Sá, governador geral do Brasil, deu início aos combates para destruí-los. Na esquadra de Mem de Sá vinha Estácio de Sá, cuja missão era povoar o Rio de Janeiro. Entretanto, não obteve sucesso na sua primeira tentativa de povoamento, pois encontrou a região dominada por franceses e rebeldes índios Tamoios. Foi em busca de reforços e, no dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá retornou, desembarcando entre os morros Cara de Cão e Pão de Açucar, subjugando os invasores franceses e os índios inimigos. Ali edificou uma cerca de proteção a quem chamou de São Sebastião.
Deu-se, assim, a primeira fundação da cidade.
Durante longos meses, os homens de Estácio de Sá enfrentaram dificuldades provenientes das chuvas abundantes, escassez de provisões e ataques inimigos constantes.
Transmitindo coragem e confiança, Estácio de Sá não deixou que os ânimos esmorecessem. Enquanto aguardava a volta de Mem de Sá, a quem tinha pedido auxílio, trabalhava dia e noite em defesa da povoação.
Ao regressar, doente, Mem de Sá designou a Estácio de Sá o comando do ataque aos inimigos.
A luta foi intensa e ocasionou a morte do jovem e bravo comandante.
O ano de 1567 assistiu à derrota definitiva dos franceses e à rendição dos nativos rebeldes.
Graças ao heroísmo de Estácio de Sá e aos esforços dos primeiros moradores, puderam ser assentados os fundamentos da nova Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, transferida, agora, para o Morro do Castelo.
A EVOLUÇÃO
A primeira função urbana exercida pela cidade do Rio de Janeiro foi a de porto. Servindo de ponto de abastecimento, abrigo e base de operações de defesa do litoral sul da colônia, se destacou pela comercialização da produção açucareira.
No século XVIII, durante o ciclo-do-ouro, a cidade prosperou devido à grande circulação de metais preciosos, produtos alimentícios importados da Europa e tráfico de escravos, pelo porto do Rio de Janeiro.
Para melhor administrar e fiscalizar a atividade portuária e a circulação de mercadorias, o governo português transferiu para o Rio de Janeiro a sede do governo geral da colônia, em 1763. Com isso, a cidade foi beneficiada por várias obras: aterro da lagoa que ocupava o atual Largo da Carioca, a construção do aqueduto dos Arcos e a instalação do cais da atual Praça XV de novembro.
O ciclo do ouro durou pouco; cedeu lugar à cultura do café, que impediu o esvaziamento econômico do porto do Rio de Janeiro e permitiu que a cidade conquistasse a posição de principal centro urbano do país.
Durante o período colonial a cidade teve muitos governadores, tornando-se um dos focos de irradiação do expansionismo brasileiro.
Por todo o século XVIII recebeu quantidades maciças de escravos negros. Daí o predomínio da população negra e de sua influência cultural na cidade.
A vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, deu novo impulso à cidade. Numerosos melhoramentos urbanos foram realizados, como o calçamento de ruas, iluminação pública, abertura de armazéns e casas de comércio.
Nascia o progresso e germinava, através das iniciativas de D. João VI, a semente da cultura
'Por ordem do príncipe regente foram criados no Rio de Janeiro a primeira agência bancária do Brasil, a primeira biblioteca pública ( a atual Biblioteca Nacional), o Jardim Botânico, a Academia Militar e a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios ( Academia Nacional de Belas Artes).
NOS TRILHOS DO PROGRESSO
Depois da Independência do Brasil, o progresso da cidade se acelerou, sob influência de um novo elemento: a estrada de ferro, que possibilitou também a expansão dos limites da cidade.
No século XIX, o Século das Luzes, a cidade teve um desenvolvimento surpreendente.
A história da cidade - capital confundia-se com a história do país, pois os principais acontecimentos políticos se passavam no Rio de Janeiro.
Os cochos e diligências foram substituídos pelo bonde; os lampiões a gás iluminavam as ruas, agora calçadas.
Começava a ser desenhada a cultura carioca.
Com a proibição do entrudo, surgiu o carnaval de rua.
O desenvolvimento da imprensa e a instalação das primeiras linhas telefônicas possibilitaram maior rapidez na divulgação das notícias e na transmissão de conhecimentos.
O período foi marcado por significativos acontecimentos políticos, sociais e por mudanças nos costumes, acarretando a expansão do comércio e a diversificação das opções de lazer.
A instalação da primeira sala de cinema representou um grande passo na cultura da cidade.
A influência francesa dominava a vida carioca, que tinha como sonho de consumo as mercadorias importadas de luxo.
A bicicleta foi introduzida como alternativa de diversão.
O crescimento da população fez com que a cidade se expandisse e, até as áreas mais íngremes, até então desocupadas, passaram a ser povoadas, dando origem às favelas.
A CIDADE SE AGIGANTA
Na virada do século XIX / XX, o Rio de Janeiro se firmou no conceito universal como uma das grandes cidades do mundo.
O coração da nação pulsava no Rio, onde a política, a boemia e os intelectuais tinham seu reduto.
As ciências e os recursos tecnológicos faziam da cidade a vitrine moderna do Brasil.
Grandes vultos como Pereira Passos, Paulo de Frontin e Osvaldo Cruz deixaram marcas na remodelação e saneamento da cidade e implantação de novos hábitos de saúde.
O Rio vivia intensamente a Belle Époque; as confeitarias se multiplicaram e viraram pontos de encontros para o chá das cinco.
A Batalha de Flores, uma apoteose à flora brasileira, cumpria o papel de um evento de lazer e encantamento.
Mas nada expressou melhor esta bela época carioca do que a construção da Avenida Central, atual Av. Rio Branco, com suas dimensões revolucionárias. Quando seus edifícios ficaram prontos, dentre eles o Teatro Municipal, refletindo o máximo do bom gosto existente, o conceito de avenida se completou e uma magnífica paisagem urbana passou a embelezar o Rio.
O Rio de Janeiro tornou-se palco de esplêndidas virtudes e pólo aglutinador dos modismos, das artes e das personalidades do mundo cultural e político.
A cidade viveu intensamente a Era do Rádio e curvou-se diante da gigantesca estátua do Redentor.
Sempre promovendo a nacionalização do país, recebeu e acolheu de braços abertos todos os brasileiros.
Mistura de todas as culturas, é o sal do Brasil.
Toda a riqueza folclórica e manifestações culturais são preservadas nesta cidade, que incentiva e divulga todas as tradições regionais.
Hoje, vivendo momentos de glória, de conquistas e com uma administração competente, o Rio se orgulha de ser a capital da cultura nacional.
Aqui nasceram e continuam nascendo grandes talentos das artes plásticas, da literatura, da música, do teatro, do cinema e dos esportes.
A cidade é um símbolo da vanguarda cultural.
O Rio de Janeiro produz e reflete todos os progressos e vitórias da vida brasileira.
Nesta cidade se realizam todos os sonhos da nação.
Rosele Nicolau Jorge Coutinho, autora do enredo.