Carnaval 2016
Data do desfile: 05/02/2016 - Sexta-Feira. Local: Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Ordem de desfile: 4ª Agremiação a desfilar. Colocação: 12ª Colocada da Série A com 265,3 pontos. Presidente: Moysés Antônio Coutinho (Zezo) Carnavalesco: Lucas Pinto, Lane Santana e Munir Nicolau.
(versão estúdio) (versão ao vivo) Autores: Zé Gloria, André Felix, Júnior, Marquinho Beija-flor, Roni Remandiola, Betinho, De Araújo e J. GiovanniIntérprete: Davi do Pandeiro e Carlos Pavarotti
Ecoa um grito de guerra no alto da mata Auê auê auê Quem foi que atirou esta flecha No peito sagrado da vida Tupã ganha a forma de um trovão Natureza em comunhão Contra a força do invasor Vai tocar o mais frio coração Pra cada palmo de devastação Nasce um ramo de amor A corrente está formada pelo bem Caipora me chamou, Curupira vai ou vem? Eu sabia! Não se brinca com um Pererê esta terra tem magia! Tem poder! Seiva da selva de Anhangá Salva meu deus nosso habitat Brotam as flores, pras dores do mundo sarar Qual sumaúma me faz raiz? Som da floresta num só tambor Folha da mais verdejante matriz eu sou Hoje a nossa fantasia Só não será em vão Se houver mais união, e menos hipocrisia Ôôô... ôôô Diz mata, eu digo verde Ôôôô, a Santa Cruz É meu clamor, é minha sede

DIZ MATA! DIGO VERDE. A NATUREZA VESTE A INCERTEZA, E O AMANHÃ? (O clamor da Floresta)
Comissão de Carnaval: Lucas Pinto, Lane Santana e Munir Nicolau Autor do Enredo: Claudio Russo Apoio de Pesquisa: Luciane Conrado
NO PRINCÍPIO ERA O VERDE
No princípio e deveria ser por todo o sempre, um mosaico de tonalidade do verde original, matizes e mais matizes desta infinita matriz.
No princípio antes de ser Brasil, este chão criado por Nhandevuruçu foi quintal de curumins. Esta terra nasceu vestida de esmeralda, samambaia, florestas, musgo, lima, limão... Era brilhante, parecia um mar, pinho e selva, essencialmente esverdeado. Nessas matas floresceu a vida, em cada manancial uma tribo sob proteção de Jaci, Guaraci e Tupã, vindo de Iapada- o Olimpo das nações tupi, brotou no solo dos corações. Se fez Senhor! E Caupe encheu de beleza as mulheres da terra. Oh, Deus do trovão! Quantas bocas de mato, quantas copas rasgando o céu, quanta beleza na imensidão... Tantos eram os bosques! Tantas várzeas e capões deste mundão sem fim, onde corria curumim... A floresta que amamentou o índio, certo dia, abraçou o povo negro e seduziu o branco estendendo a sua liberdade como refúgio e proteção. Nos confins desse gigante, na grandeza destes sertões, surgiram quilombos, encontraram-se nações, diferentes culturas e o mesmo respeito à vida, a mesma luta contra a invasão da cobiça e da devastação. Nos caminhos desenfiados da selva, Tupã encontrou outros deuses e os cultos indígenas adormeceram entre o sagrado, o profano e o sincrético. Mas o progresso é voraz e o cinza da fumaça corta o ar. Abaçaí habita a alma barbárie do devastador - é a visão do apocalipse tupi. O dia certo, para começar a plantar o amanhã, é hoje. Dizer não à devastação e repintar de verde o manto que escureceu feito carvão - uma necessidade. Flores em vida! Flores à vida. Oh, Tupã! Não adormeças! Não deixe este verde chegar ao fim! O teu reino místico há de brotar da Sumaúma em meio a floresta e há de se levantar e replantar novas cores. Deuses, seres da mata, atendam ao chamar da floresta. É chegada a hora.
Tupã! Levanta as folhas e, dos deuses, a cura. Anhangá! protege tua fauna das emboscadas. Vem de longe Caipora, vai cruzando a capoeira! Curupira vai ou vem? Curumim, traz o mirim? Para o tempo do bem. O amanhã começa agora! Queremos ver de perto a mudança! Vida verde para as crianças. Mãe Terra! apresenta a nós a verdadeira verde esperança. E se alguém me perguntar pela mata nativa, pelo resto da vida no chão... Eu posso dizer: Diz Mata? Digo verde A natureza vestida de incerteza, sob o clamor da floresta, te questiona: E o amanhã?